Os alunos do 7.º ano participaram numa visita de estudo ao Museu Mineiro de São Pedro da Cova que permitiu conhecer alguns fósseis e a atividade mineira que ali existiu.
A exposição do museu inicia com uma mostra de fósseis de trilobites. Os
mesmos, fazem-nos recuar mais de 500 milhões de anos para conhecer o Nosso
planeta. Assim, mergulhamos no Mar existente na Era Paleozoica, no período
Ordovícico, quando surgem os primeiros vestígios de vida. Foi um ambiente de
águas mais profundas, mas também empobrecido em oxigénio, que possibilitou a
formação de fósseis que vieram testemunhar a grande biodiversidade existente
neste mar. Entre os vários grupos de fósseis animais, são de salientar, as
trilobites, animais artrópodes marinhos.
É já nos finais do Silúrico, que as
plantas começaram a ter mais importância, mas é apenas no Carbonífero que estas
se tornam grandes e densas. É neste Período que, na Península Ibérica e na
restante Europa Ocidental, se encontravam regiões pantanosas e de baixa
latitude, nas quais se desenvolveram grandes florestas sobre um clima quente e
húmido. As plantas dominantes nestas florestas eram a Pecopteris e a Alethopteris,
representantes dos fetos, e as Calamites
e Annularias, plantas articuladas.
Na visitação ao Museu Mineiro
encontram-se testemunhos deste período, através de fósseis recolhidos em várias
localidades de Gondomar, nomeadamente, em São Pedro da Cova e Covelo.
Foi principalmente nos fundos de bacias
pantanosas que se depositaram sedimentos de um período da história,
proporcionando-se assim o desenvolvimento de turfeiras que posteriormente deram
origem a grandes jazigos de carvão. Foi o que aconteceu numa área compreendida
entre Janarde (Arouca) e São Fins (Maia), dando origem à Bacia Carbonífera do
Douro, na qual foi explorada a Antracite (carvão com elevado teor de carbono).
Amostras da antracite extraídas das Minas de São Pedro da Cova, encerram a
vertente geológica da exposição.
A exploração mineira é a atividade que explora os recursos
minerais do solo ou subsolo, bem como, o seu tratamento e transformação. Em São
Pedro da Cova, a exploração da antracite foi subterrânea. Recorrendo-se a uma
maquete de uma exploração subterrânea, em perfil, é compreendido o sistema de
poços, galerias e travessas.
O mineiro “Zé do Passal”, partilha o seu dia a dia de
trabalho no subsolo, convidando a percorrer a recriação da galeria subterrânea,
vivenciando assim o ambiente aproximado ao do subsolo, promovendo o estímulo
sensorial. Isto, sem antes proporcionar o contacto com os utensílios utilizados
no trabalho subterrâneo.
Com a descoberta de carvão mineral, no final do século XVIII, a freguesia de São Pedro da Cova desenvolve-se a partir de uma economia industrial, deixando para segundo plano a agricultura.
Desde logo se construíram e reconstruíram infra-estruturas de apoio à exploração mineira nesta zona, recorrendo-se à utilização de meios, técnicas e materiais mais sólidos e adequados à época para a construção dos vários edifícios dispersos por toda a freguesia: edifícios industriais, sociais e de habitação, mas também meios de transporte do minério para os locais de distribuição e/ou consumo.
A hegemonia das minas de carvão de São Pedro da Cova termina em meados dos anos 50 do século XX. As medidas tomadas pela Companhia e pelo Estado não resolveram os problemas da empresa, vendo-se comprometida a encerrar portas em Março de 1970, essencialmente em virtude da competitividade de outros combustíveis (fuelóleo e petróleo); necessidade de novos investimentos tecnológicos devido à maior profundidade das camadas de carvão. O encerramento das minas colocou fim aos hábitos e vivências que estavam enraizados na população que se vê agora obrigada a dirigir-se para a cidade do Porto à procura de novo emprego.